quinta-feira, 15 de março de 2018

REZANDO COM O CORAÇÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAYIKRÁ 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de:
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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REZANDO COM O CORAÇÃO - PARASHAT VAYIKRÁ / HACHODESH 5778 (16 de março de 2018)
Yossef morava em Jerusalém. Por causa das dificuldades financeiras, ele vivia com a esposa e seus 3 filhos em um apartamento alugado de quarto e sala. De noite, Yossef espalhava colchões pela sala para seus filhos dormirem. O apartamento era tão pequeno que, quando os colchões estavam espalhados pelo chão, não havia espaço nem mesmo para chegar até o banheiro. Certo dia, a esposa de Yossef veio com a novidade: estava grávida do quarto filho. Ele entrou em desespero. Onde o bebê dormiria quando crescesse um pouco? Além disso, a comida já quase não era suficiente para a família, de onde conseguiriam dinheiro para alimentar mais uma boca? Yossef não sabia o que fazer. Estava tão tenso que não conseguiu trabalhar naquele dia. Ligou para o seu chefe e explicou que não se sentia bem. Virou-se para sua esposa e disse, emocionado, que iria pedia ajuda ao seu pai. A esposa deu risada, pois o pai de Yossef estava em uma situação financeira ainda mais difícil do que a deles, então como poderia ajudar?

- Não estou falando do meu pai. Estou falando de D'us, meu Pai celestial. É para Ele que eu vou pedir ajuda...

Yossef pegou um ônibus até a Cidade Velha de Jerusalém. Chegando lá, dirigiu-se ao Muro das Lamentações, encostou seu rosto nas pedras e desabou em um emocionado e sincero choro. Um homem que passava por ali ficou sensibilizado com aquele rapaz que chorava feito uma criança enquanto murmurava palavras que não podiam ser escutadas. Ele colocou a mão no ombro do rapaz e perguntou se poderia ajudar em algo. Yossef agradeceu, mas respondeu que o assunto era somente entre ele e D'us. Yossef virou-se novamente para o Muro e continuou sua Tefilá. Porém, o homem não desistiu e insistiu mais uma vez, perguntando como poderia ajudá-lo. Mesmo não conhecendo aquele homem, Yossef desabafou, contando-lhe sobre suas dificuldades e sobre o bebê que estava a caminho. O homem então falou para ele:

- Preciso de um grande favor. Moro na França e estou apenas visitando Israel por alguns dias. Eu estou procurando um apartamento para comprar aqui em Jerusalém. Porém, como eu não sei falar bem hebraico, vai ser difícil explicar exatamente o que eu estou procurando e certamente não conseguirei negociar um bom preço. Então quero fazer um acordo: me ajude a encontrar e comprar um bom apartamento e te darei uma bela recompensa por isso.

Yossef não conhecia muito sobre compra e venda de imóveis, mas gostou da proposta daquele homem. Qualquer ajuda naquele momento seria muito importante. Se esforçou, encontrou boas opções, negociou os preços e conseguiu um bom apartamento para aquele judeu francês. Para a enorme surpresa de Yossef, depois da compra, o homem estendeu para ele a chave e disse:

- Eu comprei este apartamento apenas como um investimento. Por enquanto, não tenho intenção de vir morar em Israel. Porém, não gostaria que o apartamento ficasse vazio, se deteriorando. Por favor, mude-se para lá com sua família e fique o tempo que você quiser.

Yossef não podia acreditar no que estava escutando. D'us havia escutado sua Tefilá, um pedido do fundo do seu coração. Era um apartamento bem grande, sua família viveria com mais conforto. Além disso, com o que economizaria no aluguel, poderia ficar mais tranquilo com a vinda do bebê. Era um verdadeiro milagre".

D'us sempre escuta quando falamos com Ele. O problema é que normalmente não falamos com D'us, e sim com o Sidur ou com as paredes. Sem Kavaná (intenção), a Tefilá se transforma em palavras vazias da boca para fora.
Nesta semana começamos o terceiro livro da Torá, Vayikrá. No final do livro de Shemot, a Torá descreveu a construção do Mishkan, o Templo Móvel no qual os Cohanim (sacerdotes) faziam os serviços para D'us, sendo um dos principais serviços a oferenda de Korbanót (sacrifícios). E a Parashat desta semana, Vayikrá (literalmente "E chamou"), descreve os diferentes tipos de Korbanót e suas leis.

Nossos sábios ensinam qual é a importância dos Korbanót: "O mundo se sustenta sobre três coisas: sobre a Torá, sobre a "Avodá" (Serviço Divino, mais especificamente os Korbanót) e sobre os "Guemilut Chassadim" (atos de bondade)" (Pirkei Avót 1:2). Isto significa que os Korbanót são um dos pilares que mantém o mundo inteiro. Porém, desde a destruição do nosso Beit Hamikdash (Templo Sagrado), há mais de dois mil anos, não temos mais a possibilidade de oferecer Korbanót. Então como o mundo ainda se sustenta, se um de seus pilares não existe mais? Explicam os nossos sábios que o serviço dos Korbanót foi substituído pela nossa Tefilá (reza), e as Tefilót foram estabelecidas de acordo com os Korbanót que eram oferecidos e queimados no Mizbeach (altar).

O Korban era um serviço tão querido para D'us que assim o versículo o descreve: "É uma oferenda de elevação, uma oferenda de fogo, um aroma agradável para D'us" (Vayikrá 1:17). Portanto, para substituir algo tão querido para D'us, não bastam apenas palavras da boca para fora. A Tefilá deve ser um momento de conexão espiritual e, portanto, depende muito da Kavaná. Este conceito é reforçado pelas palavras do Shulchan Aruch (Código de Leis Judaicas), que afirma que é preferível fazer uma Tefilá curta e de todo coração do que uma Tefilá longa mas sem as intenções adequadas.

Porém, se refletirmos sobre estas palavras do Shulchan Aruch, podemos deduzir que, se uma pessoa tiver as intenções igualmente corretas em uma Tefilá longa e em uma Tefilá curta, a Tefilá longa é preferível. Mas isto é aparentemente contraditório com um ensinamento do Talmud (Menachot 110a), que ressalta que a expressão "um aroma agradável" é mencionada três vezes: em relação a um animal oferecido como "Korban Olá" (Oferenda de elevação), em relação a um pássaro oferecido como "Korban Olá" e em relação à farinha oferecida como "Korban Minchá". De acordo com o Talmud, isto vem nos ensinar que o tamanho da oferenda não importa, pois desde que seja oferecida de todo o coração, é igualmente satisfatória para D'us. Mas por que neste caso não dizemos o mesmo do que foi dito em relação à Tefilá, de que se as intenções forem iguais, a oferenda de um Korban maior é um ato que envolve mais méritos?

Explica o Rav Yohanan Zweig que havia vários tipos de Korbanót, com diferenças significativas entre eles. Por exemplo, algumas oferendas, como o "Korban Todá" (Oferenda de agradecimento), podiam ser consumidas pelos Cohanim e pela pessoa que oferecia o animal. Outras oferendas, como o "Korban Olá", deveriam ser completamente queimadas no fogo do Mizbeach e nenhuma parte podia ser consumida, nem pelos Cohanim e nem pelo dono do animal. A essência de trazer um "Korban Olá", uma oferenda completamente consumida pelo fogo, era o entendimento de que tudo o que nós possuímos na verdade pertence a D'us. A oferenda, portanto, devia causar na pessoa um certo impacto financeiro, pois a pessoa precisava sentir que, no fundo, nada pertencia realmente a ela, tudo pertence a D'us. As três possibilidades de Korban, isto é, o animal, o pássaro e a farinha, refletem as diferentes capacidades financeiras das pessoas. Uma pessoa mais pobre trazendo uma oferenda de um pássaro tinha o mesmo impacto do que uma pessoa rica oferecendo um touro. Quando uma pessoa trazia uma oferenda que estava de acordo com suas possibilidades financeiras, estava afirmando que tudo o que ela tinha pertencia, em última instância, ao seu Criador.

Por outro lado, se um homem rico oferecesse um pássaro, algo que está muito abaixo de suas verdadeiras possibilidades, a mensagem que estaria sendo transmitida era exatamente a oposta. Esta pessoa demonstrava sentir que tinha direito sobre seu dinheiro, um entendimento equivocado da realidade. Devemos entender e reconhecer que a nossa riqueza não pertence a nós, pois tudo o que existe pertence somente a D'us, e tudo o que temos é dado a nós apenas para que possamos utilizar como ferramenta para atingirmos o nosso objetivo.

É por isso que a Torá ensina que não há diferença aos olhos de D'us se uma pessoa muito pobre ofereceu um Korban de farinha enquanto um homem rico ofereceu um touro. O que importa é que eles tenham a intenção correta, de demonstrar sua consciência de que tudo pertence a D'us. Cada um deve doar dentro de suas possibilidades, D'us não exige da pessoa mais do que ela pode oferecer. Isto pode ser percebido em relação à oferenda de farinha, na qual está escrito: "Uma alma que trouxer um Korban de Minchá para D'us, de farinha fina deve ser sua oferenda" (Vayikra 2:1). Rashi (França, 1040 - 1105) explica que, em relação aos outros sacrifícios, a Torá não utiliza a palavra "alma" para se referir à pessoa que traz a oferenda. Então por que na oferenda de farinha D'us mudou a linguagem? Pois normalmente quem trazia uma oferenda de farinha era alguém muito pobre, que não tinha condições financeiras para trazer pássaros ou animais. Portanto, é como se D'us dissesse a ela: "Eu considero como se você tivesse oferecido como sacrifício a sua própria alma".

Porém, em relação à nossa Tefilá isto não se aplica. Não existe nenhum padrão que determina a extensão da Tefilá apropriada para cada indivíduo, a única exigência é que a pessoa tenha as intenções corretas. Portanto, como qualquer pessoa pode oferecer a D'us qualquer extensão de Tefilá, então aquele que reza de maneira mais longa e com as intenções corretas está oferecendo mais para D'us e, portanto, está certamente fazendo um ato mais meritório do que uma pessoa que faz uma Tefilá curta, mesmo que ambos tenham a mesma intenção.

Infelizmente não temos mais os Korbanót para oferecer a D'us. Porém, em seu lugar, podemos oferecer a Ele as nossas Tefilót sinceras. Da mesma forma que os Korbanót eram recebidos por D'us como um "aroma agradável", assim também todas as nossas Tefilót sempre são escutadas. Porém, da mesma forma que os Korbanót somente eram aceitos quando feitos da maneira correta, de acordo com as suas leis, a Tefilá também só é aceita quando feita da maneira correta. Precisamos tomar muito cuidado com as intenções das nossas Tefilót. Nossos sábios ensinam que muitos ficarão surpresos ao chegarem ao Mundo espiritual e descobrirem que em seu "currículo espiritual" está faltando o mérito das Tefilót, apesar de terem comparecido todos os dias à sinagoga. Eles então se queixarão, argumentando que fizeram durante a vida todas as Tefilót diárias. Então será respondido a eles: "Estranho vocês dizerem que rezaram. Nenhuma das suas Tefilót chegou aqui em cima".

A Tefilá é um serviço do coração, não da boca. Para que nossas palavras cheguem até D'us, elas devem sair do nosso coração. D'us escuta todas as Tefilót, mas somente quando falamos com Ele, não com o Sidur ou com as paredes. A Tefilá é um dos pilares do mundo e pode fazer verdadeiros milagres, pois faz parte do "código espiritual" de criação do mundo. Mas a Tefilá não deve ser apenas um mecanismo para pedirmos a D'us nossas necessidades. Antes de pedir mais, devemos utilizar a Tefilá como um canal de reconhecimento e agradecimento por tudo o que D'us faz de bom para nós. Pois, se refletirmos de verdade, perceberemos que o que nos falta é, certamente, muito menos do que tudo de bom que já temos na vida.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm
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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT VAYIKRÁ 5778:

                   São Paulo: 18h01  Rio de Janeiro: 17h47                    Belo Horizonte: 17h49  Jerusalém: 17h12
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com

(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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